terça-feira, 30 de setembro de 2008

Habilidade para Mentir [Mentira Patológica]

O psicopata não vê diferença entre a sinceridade e a falsidade. Diferentemente de todo mundo, ele não mente circunstancialmente ou esporadicamente para conseguir safar-se de alguma situação. Ele sabe que está mentindo, mas não se importa, não tem vergonha ou arrependimento e nem sequer sente desprazer quando mente. Mente muitas vezes sem qualquer justificativa ou motivo. É capaz de mentir olhando nos seus olhos, sem esboçar qualquer tipo constrangimento ou vergonha. Mente durante todo o tempo e com todos, algumas vezes subestimando a insensatez de suas próprias mentiras. Conta lorotas como se fossem a verdade mais cristalina. O psicopata geralmente fala o que convém e o que se espera para uma dada circunstância. Ele pode mentir com a palavra ou com o corpo, quando simula e teatraliza situações vantajosas para ele, como quando se finge de arrependido, ofendido e magoado, ou quando simula tentativas de suicídio. Para ele, a mentira constitui um mero instrumento de trabalho, do qual lança mão para atingir seus objetivos. Os sociopatas conseguem se safar quando submetidos ao teste do detector de mentiras, pois não esboçam ansiedade ao mentir. Mas o pior se dá quando eles aliam essa habilidade à sua inteligência acima da média. Em fevereiro de 2006 veio à tona um caso assim. O bacharel em Direito Alessandro Marques Gonçalves foi preso por exercício ilegal da medicina. Alessandro forjou documentos e conseguiu trabalhar em 3 grandes hospitais de São Paulo. Apesar de ter aleijado 23 pessoas, “ele usa termos técnicos e fala com toda a naturalidade; parece um médico”, diz André Ricardo Hauy de Lins, delegado que o interrogou. Nas prisões, os psicopatas mais espertos conseguem dissimular a tal ponto, que chegam a obter redução da pena, por bom comportamento. Comportam-se como cordeiros. Alguns podem até mesmo forjar uma conversão religiosa. Por outro lado, quando seu teatro é descoberto, costumam criar uma nova mentira para encobrir a primeira, elaborar ainda mais a que já vinha sendo vendida ou transparecer a falsa impressão de arrependimento, jurando que mudarão “daqui pra frente”. São, contudo, incapazes de suprimir sua índole maldosa, sendo ao mesmo tempo artistas na capacidade de disfarçar inteligentemente seu lado negro. Uma nuance que encontra lugar nesta característica é o uso que muitas vezes o sociopata faz de pseudônimos e personagens imaginários para lucro pessoal ou prazer. Isso é especialmente possível no âmbito da internet, onde não há regras e todos estão escondidos atrás dos computadores. A habilidade para mentir sem qualquer pudor e sem levantar suspeitas faz com que eles muitas vezes se dêem bem nas entrevistas de emprego, embora a sua irresponsabilidade no trabalho com freqüência os impeça de se manterem empregados por longos períodos (mais detalhes adiante). Alguns, contudo, usam do seu charme e mentiras para conquistar a confiança do chefe e tirar do caminho colegas que podem atrapalhar sua ascensão social. Chama-se de mitomania a grande habilidade que esses indivíduos têm para mentir; forjar situações e convencer as pessoas a acreditar no que não é verdadeiro. Dr. Stout diz: “A realidade é aterradora. Um psicopata pode ludibriar qualquer pessoa. Qualquer uma!”. Psicopatas são mentirosos, mas não aceitam quando a mentira é aplicada a eles; por isso exigem fidelidade e verdade daqueles com quem se relacionam.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ausência de Remorso ou Culpa

Sociopatas não se arrependem nem sentem remorso, ao menos como as pessoas normais sentem. Pelo contrário, sua especialidade é culpar os outros. Têm forte uma tendência de culpar as outras pessoas por suas próprias ações e falhas. Frases como “quem começou foi você”, “eu só agi assim em resposta ao que você fez” ou “nada disso teria acontecido se você não tivesse feito aquilo” são clássicas deles. Quando não podem escapar do fato de que realmente praticaram uma má ação, podem chegar ao extremo de atribuir sua atitude à influência de demônios, para tentarem se eximir. Reagem à critica com raiva, vergonha e sentimento de humilhação, mesmo que não os expressem. Parecem certos de que nunca cometem equívocos. Sempre apresentam desculpas para seus descuidos. Comumente se utilizam de racionalizações para justificar o fato de terem ferido, maltratado ou roubado outras pessoas. Sua ausência de remorso é especialmente observável quando se engajam em humilhar, ridicularizar e desprezar suas vítimas (maiores detalhes no post “Abuso Verbal”). (Muito embora, na maior parte dos casos, a agressão ocorra apenas em situações em que o agressor e a vítima encontram-se a sós, pode também se dar de forma mais sutil na presença de outras pessoas, como diante de familiares, colegas de trabalho ou no grupinho de amigos.) Todos os sociopatas têm uma característica em comum: colecionam histórias de como foram injustiçados por amigos, familiares ou outras pessoas do seu convívio. O relato é sempre o mesmo: foram perseguidos, mas são inocentes. Não importa o contexto, o teor das histórias revela sempre um coitadinho, vítima de pessoas más e sem consciência. Contando isso com sua peculiar capacidade de persuadir, o sociopata se passa pelo bonzinho ao mesmo tempo em que segrega grupos, e coloca em dúvida o caráter e a honradez de quem não pode se defender. Por esse motivo, alguém afirmou: “Quando um psicopata se queixa de como os outros o estão tratando, atente bem para quem está sendo a provável vítima.” Eles aparentemente não apresentam a sensação física que reconhecemos como culpa. Podem até sentir medo, raiva, tristeza no momento, mas não culpa pelo que fizeram ou estão prestes a fazer. Um sociopata afirmou para o Dr. Michael G. Conner: "As pessoas sabem quando alguma coisa é errada porque elas sentem que é errada. Eu necessito ser constantemente lembrado de que roubar é uma prática condenável. Eu simplesmente não consigo sentir culpa ao subtrair coisas das pessoas.” Por outro lado, a psiquiatra forense Helen Morrison ressaltou em entrevista à CNN: “O pior indivíduo é aquele que não tem absolutamente nenhuma consciência [ou remorso] pelo erro. (…) Mas alguns podem sentir remorso até um certo ponto, embora isso não vá impedi-los de cometer qualquer coisa que desejem, seja uma operação financeira irregular, magoar os amigos e familiares ou praticar assassinatos em série.” De fato, o arrependimento e o remorso dos sociopatas é sempre autocentrado. Em outras palavras, eles podem até ficar tristes por algo que fizeram, mas isso por causa das conseqüências negativas que sua atitude acarretou contra eles próprios.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Inteligência Acima da Média

O QI [quociente de inteligência] desses indivíduos costuma ser maior que o da média da população. Esses são os mais bem-sucedidos na arte de enganar e manipular os outros, e de subir na vida às custas do prejuízo alheio. Os sociopatas com baixo nível intelectual são os que mais facilmente terminam nos presídios.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sentimentos Insuflados de Importância Pessoal

O psicopata tem um ego insuflado. Sua personalidade narcisista caracteriza-se por auto-referências excessivas, grandiosidade, tendência à superioridade, exibicionismo, e dependência da admiração dos outros, embora possa haver crises de insegurança alternando-se com os momentos em que os sentimentos de grandiosidade são mais perceptíveis. Não raro, ele prioriza fantasias em detrimento das circunstâncias reais. Ele quer ser admirado, quer ser o mais rico, o mais bonito, o melhor vestido. Assim, ele tenta adaptar a realidade à sua imaginação, a seu personagem do momento, de acordo com a circunstância e com sua personalidade narcisista. O psicopata pode converter-se no personagem que sua imaginação cria como adequada para atuar com sucesso, dando a todos a sensação de que estão, de fato, em frente a um personagem verdadeiro. Seu único sistema de valores é o exercício do poder e da agressão, características que delineiam o narcisismo patológico. Um psicopata está sempre centrado em si mesmo, mesmo quando parece estar cuidando de outras pessoas. A definição de seus “amigos” é de pessoas que o suportam e o protegem das conseqüências de seu próprio comportamento antissocial. Um psicopata irá usar as pessoas para divertir-se, entreter-se, aumentar sua própria auto-estima; irá também, invariavelmente, dar valor às pessoas em termos de suas posses materiais ou do que elas podem oferecer a ele. Mais detalhes no post Egocentrismo e Egoísmo.